Desenvolvimento de Produtos Significa Assumir Responsabilidades!
- Adélia Covre
- 16 de jul. de 2015
- 4 min de leitura

Um assunto muito sério e que venho acompanhando na indústria moveleira é a forma a qual produtos andam sendo desenvolvidos e lançados no mercado hoje em dia sem critérios apropriados. À grande maioria dos empresários do setor moveleiro, ainda não se atentaram para a relevância de um simples fato: “O design diferenciado é fundamental para estabelecer a conexão de uma marca com o seu Cliente.” Ainda teimam em não querer entender que por intermédio de seu produto é que se estabelece uma identidade visual, sendo assim os clientes de maneira geral, podem reconhecer sua empresa e diferenciá-la dos seus concorrentes através dele e um atributo interessante do design, é a capacidade de fazer das idéias algo tangível, pensamentos e inspirações tornam-se concretos.

Logo, desenvolver produtos ou serviços bem representados significa atingir o sucesso de uma empresa mais rápido.
Design, no seu sentido mais amplo, é a disciplina dedicada à humanização da tecnologia. Ela aplica rigorosos processos de IHC. Para aqueles que desconhecem: Processo de Design IHC é a Interação humano-computador também conhecida como interação homem-computador, que é o estudo da interação entre pessoas e computadores. É uma matéria interdisciplinar que relaciona a ciência da computação, artes, design, ergonomia, psicologia, sociologia, semiótica, linguística, e áreas afins. É fundamental que se tenha consciência que os designers são capazes de criar produtos, sistemas e serviços para ajudar as pessoas a fazerem mais coisas, serem felizes, ou qualquer outro utilitário emocional que possa promover benefícios úteis. Más para isso é preciso RESPONSABILIDADE ao projetar um novo produto. É cada vez mais comum encontrarmos na indústria moveleira, produtos desenvolvidos, sem o menor critério de ergonomia, sem responsabilidade de profissionais capacitados para esse fim, sem a menor qualidade, o que vem a ser um desrespeito ao próprio Cliente. Pior ainda, indústrias preocupadas em contratar o designer cujo preço seja o menor possível pelo desenvolvimento, esquecendo-se da qualidade do serviço prestado. Uma coisa é preocupante na indústria moveleira:
É quando o design é artificialmente posicionado no contexto do seu negócio.
Algo muito comum no setor e que com isso aparecerá como principal restrição a lucratividade. Obviamente que de nada vai adiantar uma indústria contratar um designer se o mesmo não possuir autonomia para desenvolver produtos seguindo os critérios necessários e estabelecidos pelas exigências do mercado a ser atingido. Querendo ou não, neste caso isso acaba sendo uma farsa pois a colocação do designer no contexto do negócio será algo artificial. O que um designer necessita é ter a habilidade de extrair as restrições a partir de um dado problema do projeto, transpondo o que é restrição e assim moldar as soluções.

A realização de um projeto em sua empresa não é diferente em relação à execução de um projeto no governo ou na educação. As restrições serão apenas sob sua capacidade de mudança para a solução de problemas. Quando se contrata um designer, é fundamental procurar por habilidades que incluam as capacidades de realizar uma pesquisa etnográfica em um determinado contexto, sintetizar grandes quantidades de dados em um curto tempo, desenvolver desenhos por meio de diversos meios e testar produtos com o consumidor final de forma rápida e eficaz. Essa é a base essencial de uma habilidade para um designer de Produto, isso descreve perfeitamente as habilidades que um designer precisa possuir quanto deixa a universidade. É preciso que fique claro aqui: É dever do designer, traduzir da melhor forma os anseios e intenções de seus clientes, mostrando a eles a importância de seu trabalho e o quanto a confiança no conhecimento desse profissional, pode transformar a imagem de determinada empresa transmitindo toda a qualidade e eficiência de seu produto ou serviço. “Design é a alma fundamental de uma criação humana, que acaba se expressando em camadas externas sucessivas do produto ou serviço. “ (Steve Jobs) Compreenda, o design pode ser direcionado a qualquer contexto que promova valor. Isso pode ser aplicado em grandes empresas para produzir grandes lucros ou no contexto de design de consultoria, para promover um serviço de acordo com a necessidade do cliente. Outra forma é o design que pode ser aplicado no contexto de larga escala para problemas sociais, como pobreza, acesso a água limpa e tratada, educação entre outras questões. Uma característica básica do processo de design é a execução das atividades de forma iterativa a qual permite com isso o refinamento sucessivo da análise da situação atual e da proposta de intervenção. Possuímos duas formas de praticar design de produtos: O Design dirigido pelo problema: despende mais tempo analisando a situação atual, as necessidades e as oportunidades de melhoria, e menos tempo explorando possíveis intervenções: Neste caso, quero salientar que qualidade não está ligada ao tipo de estratégia adotada lembrem-se disso. O Design dirigido pela solução: Neste caso iremos ficar pouco tempo analisando a situação atual, e mais tempo explorando possíveis intervenções. Aqui vai existir uma menor preocupação com aspectos estéticos, ergonômicos e comerciais obtendo resultados mais criativos. Vamos lembrar ainda que no processo de design, existem três atividades básicas a serem seguidas:
Análise da situação atual: estudar e interpretar a situação atual;
Síntese de uma intervenção: planejar e executar uma intervenção na situação atual;
Avaliação da nova situação: verificar o efeito da intervenção, comparando a situação analisada anteriormente com a nova situação, atingida após a intervenção.
Empresários da indústria moveleira, acordem para o fato de como seus produtos estão sendo desenvolvidos e comecem a perceber que o seu Cliente merece respeito caso pretenda manter sua empresa no mercado de hoje!!! Herbert A. Simon (Ganhador de um Nobel de Economia), possui o seguinte pensamento que mesmo sendo uma visão bastante radical sobre o significado das palavras que conhecemos nos remete a uma reflexão: “Quando as pessoas pensam na palavra design, elas associam-na a outras palavras: estética, acessórios de luxo, tecnologia, coisas mais caras. O Design por tanto parece ser uma coisa especial. Design não é uma coisa, é um processo, com início, meio e fim, e depois com um novo início de um processo interativo que não deveria acabar nunca. As pessoas percebem somente o final de cada etapa do processo quando surge a "coisa" que chama a atenção e que tem um valor diferenciado.” (Herbert A. Simon) Que esse tema traga a todos, principalmente para a indústria moveleira, algo de fundamental necessidade neste momento...........REFLEXÃO!!!... Adélia Covre
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